Mapeamento do sujeito cerebral na cultura contemporânea

Autores

  • Francisco Javier Guerrero Ortega Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Centro Biomédico, Departamento de Políticas e Instituições de Saúde, Maracanã, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
  • Fernando Vidal Max Planck Institute for the History of Science, Berlin, Germany

DOI:

https://doi.org/10.3395/reciis.v1i2.916

Palavras-chave:

Cerebralidade, sujeito cerebral, biossociabilidade, imagem cerebral, neurocultura

Resumo

mos de “sujeito cerebral” a figura antropológica que incorpora a crença de que os seres humanos são essencialmente reduzíveis aos seus cérebros. Nosso foco está nos discursos, nas imagens e nas práticas que podem ser globalmente designadas de “neurocultura”. Das políticas públicas às artes, das neurociências à teologia, os humanos são geralmente tratados como reduzíveis a seus cérebros. A nova disciplina da neuroética é eminentemente sintomática dessa situação; outros exemplos podem ser tirados da ficção científica escrita e em filmes; de práticas como a “neuróbica” ou criopreservação cerebral; da neurofilosofia e das neurociências; de debates a respeito da vida e da morte cerebral; de práticas de tratamento intensivo, transplante de órgãos, e aprimoramentos e próteses neurológicas; das áreas emergentes da neuroestética, neuroteologia, neuroeconomia, neuroeducação, neuropsicanálise e outras. Este artigo traça a diversidade de neuroculturas e as coloca num contexto maior, caracterizado pela emergência de “bioidentidades” somáticas que substituem noções psicológicas e internalistas de identidade individual. Tal objetivo foi alcançado não somente através do exame de discursos e representações, mas também de práticas sociais concretas, como aquelas que se formam no movimento politicamente poderoso da “neurodiversidade”, ou em disciplinas “neuroascéticas” do self, vigorosamente comercializadas.

Publicado

31-10-2007

Como Citar

Ortega, F. J. G., & Vidal, F. (2007). Mapeamento do sujeito cerebral na cultura contemporânea. Revista Eletrônica De Comunicação, Informação & Inovação Em Saúde, 1(2). https://doi.org/10.3395/reciis.v1i2.916

Edição

Seção

Pesquisas em andamento