O Olhar da comunidade Cabo-verdiana em Lisboa sobre a saúde e a doença

Autores

  • Bárbara Bäckström Universidade Aberta de Portugal

DOI:

https://doi.org/10.3395/reciis.v5i4.768

Palavras-chave:

saúde, representações, imigrantes, grupos sociais

Resumo

Este artigo tem por base um estudo no âmbito da sociologia da saúde, em particular da saúde dos imigrantes, relativamente às suas representações e práticas de saúde e de doença. Pretendeu-se estabelecer uma análise comparativa dos dados. O estudo tem como objectivo compreender a forma como os indivíduos percepcionam a saúde em geral e a sua saúde, em particular. Foi feita uma análise comparativa de forma a realçar as semelhanças e as divergências de representações de saúde ou em caso de doença. O estudo foi efectuado junto de uma amostra de 40 cabo-verdianos da primeira geração residentes na região de Lisboa, dividida em diferentes subgrupos, para efeitos de análise: grupo social, geração e género. Optámos por uma metodologia qualitativa através realização de entrevistas semi-estruturadas para recolha da informação. Os resultados sugerem a existência de diferenças entre os grupos sociais relativamente às representações, na esfera da saúde e da doença. Elas foram determinadas mais pelos factores socioeconómicos do que pelos aspectos culturais e de etnicidade. Mais do que a cultura e a etnicidade que se moldam às condições materiais de existência, foi, neste estudo, o nível socioeconómico a determinar as maiores diferenças e a interferir nas práticas de saúde e doença, de um grupo com uma cultura de base comum. Em geral, os indivíduos sobrevalorizaram a sua identidade étnica e a cultura de origem comum. Essas diferenças fizeram também sobressair dois tipos de visão: uma cosmopolita, mais articulada ao mundo e que se relaciona com as ideias expressas pelo grupo de elite e na segunda, uma visão existencial, mais ligada às condições materiais de existência e que corresponde às representações feitas pelo grupo popular. A pertença a grupos sociais diferentes, mas a uma mesma cultura e identidade, dá origem a uma partilha do sentimento de pertença cultural, mas não a comportamentos e práticas idênticos.

Palavras-chave: saúde; representações; imigrantes; grupos sociais

Biografia do Autor

Bárbara Bäckström, Universidade Aberta de Portugal

CEMRI, Universidade Aberta de Portugal, Lisboa

Como Citar

Bäckström, B. (2011). O Olhar da comunidade Cabo-verdiana em Lisboa sobre a saúde e a doença. Revista Eletrônica De Comunicação, Informação & Inovação Em Saúde, 5(4). https://doi.org/10.3395/reciis.v5i4.768