Feminicídio seguido de suicídio: a organização da mídia na prestação de serviço para evitar casos das violências correlacionadas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29397/reciis.v17i1.3477

Palavras-chave:

Feminicídio, Suicídio, Prevenção, Jornalismo, Comunicação

Resumo

O presente artigo tem como objetivo estudar as reportagens jornalísticas que noticiam casos de feminicídio seguido de suicídio, e analisar qual o papel da mídia na conscientização do público sobre as violências correlacionadas. Com muitos estigmas, o tema ainda é pouco abordado pelo jornalismo de forma esclarecedora e em formato de prestação de serviço, uma vez que ambos os assuntos ainda são tabus para a sociedade. Dessa forma, este estudo se propõe a ampliar o debate, a partir dos autores Durkheim, Blázquez e Christofoletti. A pesquisa também é pautada com dois manuais para jornalistas, o da Organização Mundial da Saúde (OMS), sobre como falar do suicídio; e o da plataforma Universa UOL, sobre como abordar o feminicídio. Ao longo do trabalho, percebe-se que o jornalismo precisa refletir sobre seu papel na prevenção de casos como esses e a respeito de como exercê-lo.

Biografia do Autor

Eduarda Endler Lopes, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Escola de Comunicação, Artes e Design. Porto Alegre, RS

Mestrado em Comunicação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

Cristiane Finger Costa, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Escola de Comunicação, Artes e Design. Porto Alegre, RS

Doutorado em Comunicação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

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Publicado

17-03-2023

Como Citar

Lopes, E. E., & Costa, C. F. (2023). Feminicídio seguido de suicídio: a organização da mídia na prestação de serviço para evitar casos das violências correlacionadas. Revista Eletrônica De Comunicação, Informação & Inovação Em Saúde, 17(1), 94–111. https://doi.org/10.29397/reciis.v17i1.3477

Edição

Seção

Dossiê Gestão da informação e da comunicação em saúde