A concepção brasileira de “cooperação Sul-Sul estruturante em saúde

Autores

  • Celia Maria de Almeida Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública, Departamento de Administração e Planejamento em Saúde, Manguinhos, Rio de Janeiro, RJ - Brasil
  • Rodrigo Pires de Campos Universidade de Brasília, Instituto de Relações Internacionais, Asa Norte, Brasília, DF, Brasil
  • Paulo Buss Marchiori Buss Fundação Oswaldo Cruz, Centro de Relações Internacionais em Saúde, Manguinhos, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
  • José Roberto Ferreira Fundação Oswaldo Cruz, Centro de Relações Internacionais em Saúde, Manguinhos, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.3395/reciis.v4i1.696

Palavras-chave:

cooperação internacional para o desenvolvimento, cooperação Sul-Sul, cooperação estruturante em saúde, Brasil, comunidade de países de língua portuguesa, Unasul-Saúde

Resumo

No despontar do novo milênio, as necessidades em saúde dos países pobres além de não terem diminuído parecem ter piorado, devido a uma complexa interação entre vários fatores, que resulta em agudas iniquidades, num mesmo país e entre os países. Essa situação crítica questiona, mais uma vez, a cooperação internacional para o desenvolvimento e estimula a reflexão. Nesse processo, a cooperação Sul-Sul tem ganhado crescente importância. No início do século XXI, a cooperação internacional, principalmente no âmbito Sul-Sul, passou a ocupar um lugar estratégico na política externa brasileira e a saúde é considerada um tema prioritário nessa agenda. Este artigo discute a concepção brasileira de “cooperação estruturante em saúde” entre os países em desenvolvimento. Apresenta uma breve revisão histórica sobre a cooperação para o desenvolvimento e a cooperação em saúde; elabora o conceito de “cooperação estruturante em saúde”, discute a proposta brasileira formulada ao longo da última década e a sua implementação até o presente momento. A abordagem brasileira está centrada no conceito de “construção de capacidades para o desenvolvimento”, mas inova em dois aspectos: integra formação de recursos humanos, fortalecimento organizacional e desenvolvimento institucional; e rompe com a tradicional transferência passiva de conhecimentos e tecnologias. É cedo para avaliar o seu impacto, mas essa cooperação vem sendo implementada com base em cinco aspectos estratégicos, políticos e técnicos interrelacionados: (a) priorização da cooperação horizontal; (b) foco no desenvolvimento de capacidades em saúde; (c) iniciativas coordenadas no contexto regional; (d) forte envolvimento de ministros da saúde na construção de consensos estratégicos e políticos; e (e) estimulo à parceria entre saúde e relações exteriores.

Publicado

31-03-2010

Como Citar

Almeida, C. M. de, Campos, R. P. de, Buss, P. B. M., & Ferreira, J. R. (2010). A concepção brasileira de “cooperação Sul-Sul estruturante em saúde. Revista Eletrônica De Comunicação, Informação & Inovação Em Saúde, 4(1). https://doi.org/10.3395/reciis.v4i1.696